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SSA 3 foi considerado previsível (e isso pode tranquilizar quem vai fazer o 1 e o 2)

Allan Nascimento
Allan Nascimento
Publicado em 21/11/2017 às 15:52
Primeiro dia do SSA 3 registra 7,93% de abstenção. Foto: Leo Motta/JC Imagem
Primeiro dia do SSA 3 registra 7,93% de abstenção. Foto: Leo Motta/JC Imagem

Esta segunda-feira (20) foi o último dia da terceira etapa do Sistema Seriado de Avaliação (SSA 3). Agora, alguns feras aguardam a aplicação dos SSAs 1 e 2, o que só vai acontecer nos dias 3 e 4 de dezembro. O Vestibular NE10 conversou com professores do GGE, colégio parceiro do blog, para avaliar a prova. Todos concordaram que o SSA 3 manteve o estilo das últimas edições, sem grandes surpresas, o que pode tranquilizar os feras que ainda vão se submeter ao exame e que se basearam no que foi cobrado nos outros anos.

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Abaixo, alguns comentários dos professores ouvidos para a matéria.

A prova do SSA é uma prova sempre muito tranquila para o aluno porque o formato é muito previsível. É uma avaliação que todos os anos, na parte de língua portuguesa, apresenta dois textos: um texto longo para as primeiras seis questões e um outro texto, geralmente de outro gênero (uma tirinha, um texto publicitário, um poema…), para as duas últimas. Eu até acredito que esse formato deveria mudar um pouco. Um texto longo para seis questões, mesmo que seja de um tema bom e atual, pode se tornar cansativo para o aluno. Seria mais interessante que a prova da UPE trouxesse mais textos, não necessariamente um para cada questão, mas que diversificasse mais na prova, já que são oito questões para isso. Quanto aos aspectos cobrados na prova, repito, existe uma previsibilidade. A ordem é a mesma: começa-se por um quesito que questiona qual a ideia central do texto ou sobre um possível título, como foi o caso da primeira pergunta deste ano; além de questões que envolvem coesão, aspectos semânticos, além de gramática - que a UPE sempre cobre em uma questão só, que nesse ano foi a questão de número 6, que tratava de aspectos ligados à crase, colocação pronominal, concordância e regência; como nas outras provas, ele pegaram todos estes tópicos e colocam em uma pergunta só. Foi uma prova fácil, simples, no formato parecido ao que é aplicado também no SSA 1 e SSA 2.

Katilini Oliveira, professora de língua portuguesa

Eu diria que a prova de filosofia, em termos de grau de dificuldade, foi fácil, com exceção das questões 38, que fala sobre a liberdade humana na visão de Jean-Paul Sartre, e 42, que fala sobre a moral a partir de um texto de Aristóteles. Com exceção desses dois quesitos, que tiveram um grau de dificuldade mediano, o restante da prova foi bem fácil, em um nível em que os alunos que estudaram medianamente conseguiriam responder. Foi uma prova bem distribuída. Caíram questões sobre as relações entre filosofia e política, que foi a de número 35, questões sobre ética e moral, que foram os quesitos 39 e 42, e uma questão sobre lógica, a de número 41. Predominaram, percentualmente falando, as questões sobre o pensamento moderno, que foram as de número 37 (sobre a ciência moderna) e 40 (que tratava do pensamento cartesiano - relacionado ao filósofo francês René Descartes, que viveu no século XVII). Os textos que acompanharam os enunciados foram curtos e objetivos, sem nenhum grau de dificuldade maior. Foi uma prova que privilegiou o aluno que estuda, porque foi uma avaliação objetiva e que exigia conhecimento do conteúdo, mas aquele que estudou medianamente respondeu sem muitas dificuldades. Em sociologia, por sua vez, encontramos uma prova que poderia ser mais diversificada com relação aos conteúdos abordados. A prova girou em torno das questões sobre mudança social e movimento social. Destaco duas questões interessantes na prova: a 54 e a 57. A questão 54 fala sobre diversidade social e faz uma crítica às posturas etnocêntricas, mostrando como o mundo ocidental sempre vê como diferente e estranho tudo aquilo que não é parte de sua própria cultura. E diria que questão 57 foi a grande surpresa, um quesito que falava sobre as esculturas de Francisco Brennand no Marco Zero, no Bairro do Recife, construídas em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil. Deu um caráter regional ao SSA. A prova explorou muito temáticas como estrutura social, desigualdade social, mudanças sociais, movimentos sociais, ou seja, uma prova em que o aluno estava inteirado do ponto de vista marxista, da forma como Karl Marx via a sociedade, faria a prova com tranquilidade. Classifico o conjunto de questões de sociologia como mediano.

André Pessoa, professor de filosofia e sociologia

Na prova de ontem, nenhuma surpresa. Das doze questões tivemos três um pouco mais trabalhosas. Gostaria de ressaltar uma questão que falava de variância e desvio-padrão e que exigia muitas, eu falei MUITAS, contas bem demoradas. Uma outra questão, que poderia fazer com que o aluno se atrapalhasse, foi a da expressão com raiz quadrada, pois o aluno mais distraído poderia não perceber que uma das raízes apresentaria um resultado negativo se fosse simplificado o expoente com o índice da raiz. E, finalmente, uma  questão de função trigonométrica que exigiu mais conhecimento do aluno. A prova também contou com questões fáceis envolvendo juros, porcentagens, probabilidade, aritmética básica e geometria analítica. No geral, tenho certeza que o aluno mais preparado conseguiu realizar uma excelente prova.

Walfrido Campos, professor de matemática

Classifico entre fácil e mediano o nível da prova de biologia. Nos meus cálculos, só 20% das questões exigiam uma atenção maior do aluno. Ela contemplou, predominantemente, um dos conteúdos da matriz de referência para o 3° ano, que foi o conteúdo de ecologia. Foram cinco questões, de dez, só sobre ecologia. Ainda tivemos quatro quesitos de genética e um de biotecnologia. No programa de conteúdos para essa prova, estão previstos quatro assuntos: genética, ecologia, evolução e biotecnologia, mas o exame contemplou apenas três temas. A prova ainda incluiu uma questão sobre pirâmide ecológica, um assunto que, inclusive, é até visto no ensino fundamental e há tempos não era cobrada na prova.

Leandro Galindo, professor de biologia